A fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) voltou a crescer e alcançou a marca de 2,63 milhões de pedidos em agosto de 2025. É o segundo mês consecutivo de alta, após um período de três meses de queda, e representa o maior volume desde abril. Em julho, o estoque estava em 2,56 milhões de requerimentos, o que significa um acréscimo de mais de 65 mil processos em apenas 30 dias.
De acordo com os dados oficiais, a maior parte dos pedidos acumulados está concentrada em benefícios por incapacidade, que somam cerca de 1,28 milhão. Em seguida aparecem os benefícios assistenciais e de legislação especial, com 795 mil solicitações, além de 285 mil pedidos de aposentadoria, 143 mil referentes ao salário-maternidade e 117 mil relacionados a pensões e benefícios por reclusão.
O aumento da fila revela os desafios enfrentados pela Previdência Social para dar vazão à demanda. Especialistas apontam como causas principais a insuficiência de pessoal, o ritmo lento de análise processual e as dificuldades tecnológicas que, embora tenham avançado, ainda não atendem de forma satisfatória a todos os públicos. A situação é ainda mais delicada no meio rural, onde a dificuldade de acesso aos canais digitais e a necessidade de comprovação documental mais complexa tornam o processo mais demorado e sujeito a erros.
Para milhares de segurados, essa espera prolongada significa insegurança financeira e social. Em muitos casos, trata-se da única fonte de renda da família, especialmente quando envolve incapacidade para o trabalho ou pedidos de pensão por morte. No campo, os prejuízos são ainda mais evidentes: deslocamentos longos até uma agência, dificuldade de acesso à internet e limitações tecnológicas acabam ampliando a sensação de exclusão.
Diante do cenário, especialistas defendem medidas urgentes, como mutirões para análise dos pedidos represados, reforço de pessoal, melhor capacitação para lidar com o público rural e a simplificação dos processos de comprovação de atividade agrícola. Também sugerem mais transparência sobre os prazos de análise e maior investimento em canais de atendimento que dialoguem com a realidade do segurado, como o uso do WhatsApp para envio de documentos e esclarecimento de dúvidas.
O crescimento da fila do INSS, que chegou a ter um pico de 2,71 milhões de pedidos em março deste ano, evidencia a necessidade de uma resposta mais rápida do poder público. Para especialistas, reduzir esse passivo não é apenas uma questão administrativa, mas um compromisso social de garantir que os brasileiros tenham acesso a direitos básicos sem enfrentar uma maratona de espera.
Na manhã de 19 de setembro, a advogada Jane Berwanger concedeu entrevista ao Jornal Bom dia Brasil, da Rede Globo, onde pontuou as dificuldades enfrentadas e sua avaliação sobre o fato. Assista!
