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Por: Lucas Buralde

É possível ler para divertir e ver série para se informar.

A vida moderna, no mundo tecnológico, é cheia de estímulos, de possibilidades. Temos a televisão, incontáveis serviços de streaming, filmes e séries imperdíveis, videogames, e todas essas opções na palma da mão no smartphone. Temos ainda a obrigação de praticar exercício físico, de fazer comida caseira para evitar o fast-food. Alguns têm filhos, outros têm animais, todos têm afazeres domésticos. 

E em meio a tudo isso, há ainda a “obrigação” de encaixar o hábito da leitura, de ser politicamente engajado, de entender se é certo ou errado que o Banco Central mantenha a alta na taxa de juros e de ter opinião sobre todos os assuntos do momento. E para tudo isso, afinal, é necessário ler. E para ler, precisamos abrir mão de um episódio ou outro da série preferida para encaixar o tempinho da leitura.

Apesar disso, é importante lembrar: ler pode ser tão divertido quanto uma série. E ver uma série pode ser tão informativo quanto um bom livro. 

Numa primeira vista, vemos a televisão como lazer e o livro como obrigação. Afinal, o leitor assíduo é aplaudido, elogiado. “Nossa, fulano lê vários livros por ano, que pessoa aplicada”. Mas ao final do dia é comum não termos tempo ou energia mental para ler um livro. O seriado, apesar disso, está sempre em dia, é o lazer para coroar um dia de trabalho cansativo. 

Não nos prendamos aos conceitos: ler pode ser o lazer do final do dia, basta escolher uma leitura tão relaxante quanto a série. Os livros não são limitados a filosofia, história e assuntos complexos. 

Claro, a sensação é boa ao contar a todos que “Li Maquiavel essa semana” ou “concluí A República de Aristóteles”. Somos humanos, é difícil não querer impressionar, mostrar que sabemos. 

Só que há livros de comédia, livros de romance, livros divertidos, livros que entretêm e não fazem da leitura uma “obrigação do cidadão informado e consciente”. Igualmente, há séries documentais, densas, que passam mais conhecimento que muito livro por aí. 

Cito como exemplo o livro “Você Não Merece Ser Feliz: Como Conseguir Mesmo Assim”, da personagem Craque Daniel. É um livro leve, divertido, mais engraçado que muita comédia pastelão. É um livro de “anti-autoajuda” escrito por humoristas sob o ponto de vista de um ex-jogador de futebol de caráter duvidoso e pouco provido de valores éticos. Dá para rir demais e ainda dizer que “leu um livro”. Da comédia podemos ir a reflexões sobre a vida, com “Felicidade Incurável” de Carpinejar, que faz pensar, mas bem de leve, que até a cabeça mais cansada pode apreciar sem esforços.

E indo para o outro lado, cito a série-documental “Trabalho”, da Netflix, em que o ex-presidente norte americano Barack Obama aborda temas envolvendo o dia a dia de diferentes trabalhadores em diferentes situações socioeconômicas e o papel que o trabalho tem na vida de cada um. Ou seja, é possível aprender algo relaxando ao final do dia em frente à televisão. 

Ler faz bem, nos torna mais familiarizados com a língua portuguesa, mas ver a leitura sempre como obrigação vai deixá-la eternamente no fim da fila dentre as infinitas possibilidades. Afinal, depois de oito horas de trabalho um episódio de The Office sempre tende a vencer contra “Apologia de Sócrates” de Platão. 

Podemos nos permitir, ler um “livro besta”, isso ajuda na construção do hábito da leitura. Quem sabe depois do quinto livro de comédia e de mais uns três livros de poemas haja espaço para uma reflexão de Leandro Karnal ou para um autor clássico como Shakespeare. 

Igualmente, a televisão é relaxante, reconfortante, um aconchego à mente cansada das 40 horas semanais de trabalho, mas também é rica, fonte de conhecimento, e o lazer não é incompatível com o aprendizado. E depois de um breve documentário (pode ser até sobre gatos, qualquer conhecimento é válido), sempre haverá mais séries de drama para maratonar. 

Então leia, descanse, veja séries, aprenda, dê risadas, no seu tempo e no meio de comunicação que quiser. Você não precisa ler para os outros, não há por que ler algo só pra dizer “eu li Dostoiévski”, e igualmente não há razão para ver a série do momento sobre o serial killer da vez só porque todos estão falando sobre ela. O importante é que o lazer seja prazeroso, e que aprender algo faça parte do lazer. A única obrigação é buscar a felicidade.

Lucas Kades Buralde
OAB/RS 115.283
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