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Por Affonso Gularte Pereira

A renda dos aposentados e a inflação

Velha conhecida dos brasileiros, a inflação era – e ainda é – uma assombração na vida dos trabalhadores. O aumento generalizado dos preços assusta o cidadão que abastece o carro no posto de gasolina, e não consegue encher o tanque; quem nunca se pegou pensando em como R$ 100,00 para ir ao supermercado já não é o suficiente para comprar as mesmas coisas que se comprava há uma década? Esses e outros aspectos influenciam a vida de todos, mas para os aposentados há uma série de fatores que podem afetar ainda mais a vida dos beneficiários.

Em um cenário de inflação alta, espera-se que o salário dos trabalhadores, aposentados e demais beneficiários da Previdência Social acompanhem a variação percentual, afinal, seria inviável manter uma defasagem tão grande por muito tempo. É bem verdade que o valor dos benefícios é reajustado conforme a Lei 8.213/1991, em seu art. 41-A:

Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Mas como nem tudo na vida são flores, há alguns detalhes que podem passar despercebidos. A começar pelo INPC: esse índice de inflação leva em conta o custo de vida de famílias que recebem até 5 salários-mínimos. Ele é calculado fazendo uma ponderação a partir de uma cesta de produtos que fazem parte do consumo dessas famílias, ou seja, definindo o peso de cada gasto nas residências. Alimentação e bebidas possuem um peso de 29,92%; Habitação, 18,02%; Transportes, 16,08%; Saúde e cuidados pessoais, 10,22%; Despesas pessoais, 7,52%; Vestuário, 7,20%; Artigos de residência, 4,71%; Educação, 3,18%; e Comunicação, 3,15%.

Onde mora o problema? Os aposentados têm mais gastos com remédios, exames, consultas e geralmente pagam mais caro em planos de saúde. Dessa forma, a inflação pessoal – aquela medida pelos gastos que você mesmo possui – de um idoso é, na maioria dos casos, diferente da inflação do INPC, bastando que a inflação desse setor seja maior que a representada pelo índice para que o aposentado seja prejudicado. Além disso, muitos remédios acompanham a variação do dólar, que segue em patamares elevados. Mesmo aqueles remédios produzidos no Brasil dependem de insumos importados, que chegam a representar cerca de 90% da matéria-prima de um medicamento.

É bem verdade que a Anvisa regula o reajuste anual de medicamentos seguindo uma tabela de preços, mas considerando pressões inflacionárias como as que vimos em 2021 e início de 2022, é bem provável que veremos um aumento do preço dos remédios e até mesmo uma diminuição nos descontos dados por remédios nas farmácias brasileiras.

Além disso, para os aposentados que possuem grande parte dos gastos relacionados aos transportes, também não haverá grandes mudanças: o reajuste de 10% para o ano de 2022 não cobrirá a alta de mais de 50% dos combustíveis no ano que passou. Esse problema se expande a todos que dependem diretamente dos transportes, mas quando se trata de beneficiários da Previdência Social, a situação é mais delicada, uma vez que se encontram em um estado que requer mais atenção e cuidado.

Na tentativa de conter toda essa pressão de preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) vem elevando a taxa de juros – o Real já apresenta variação positiva nesses primeiros meses de 2022 –, mesmo assim a defasagem de 2021 não será mais reposta.
Infelizmente, cenários turbulentos dificultam a vida de quem contribuiu durante anos para conquistar a tão sonhada aposentadoria. Como brasileiros, esperamos que o país se recupere e que a inflação seja considerada coisa do passado, pois ninguém sai ganhando quando o dinheiro de hoje vale muito menos do que o de ontem.
29 abr., 2024
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) emitiu recentemente um alerta urgente para todos os aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios sobre uma modalidade de fraude que está ganhando terreno: o golpe da "prova de vida". Segundo o instituto, golpistas disfarçados de funcionários do INSS estão visitando as residências dos beneficiários, utilizando crachás falsos e coletando dados pessoais.
Por Eric Rodrigues 26 abr., 2024
A trajetória humana é marcada por um constante processo de conhecimento. Nossas experiências com o mundo a nossa volta vão se transformando em nossas referências ao longo da vida.
26 abr., 2024
Em uma decisão recente, que marca mais um capítulo nas contínuas mudanças nas taxas de juros de empréstimos consignados, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou por unanimidade uma nova redução nas taxas máximas de juros para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
24 abr., 2024
No cenário alarmante de fraudes financeiras, uma modalidade de golpe tem deixado aposentados e pensionistas do INSS em alerta.
Por Mariele Gross 22 abr., 2024
A partir da próxima quarta-feira, 24 de abril, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) dará início ao pagamento da primeira parcela do 13º salário para seus segurados.
17 abr., 2024
Na segunda-feira, 15 de abril, a equipe econômica do governo federal submeteu ao Congresso o Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, revelando a previsão de que o salário mínimo atingirá R$ 1.502 no referido ano. Isso representa um aumento de R$ 90 em relação ao valor atual, que é de R$ 1.412, marcando um incremento de 6,37%.
17 abr., 2024
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) divulgou esclarecimentos importantes sobre as possibilidades de acumulação de benefícios previdenciários.
Por Gabriela Dávila 12 abr., 2024
Todos nós temos planos para o futuro. Uns mais, outros menos. Planejamos adquirir bens, evoluir na carreira, desfrutar de bons momentos com a família.
Por Gabriela Dávila 11 abr., 2024
Em um movimento pioneiro que promete transformar o acesso aos serviços da Previdência Social no Brasil, o Projeto de Lei 849/24 está atualmente em análise na Câmara dos Deputados.
Por Mariele Gross 10 abr., 2024
O Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu um alerta sobre a drástica queda de produtividade dos peritos médicos do INSS, que agora operam abaixo de metade de sua capacidade legal.
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